quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

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Então. Não sei exatamente como começar isso. Tô aqui, sentada na cadeira da mesa da cozinha da casa dos meus pais. Meu irmão baixando atualizações pro jogo dele, meu pai tomando banho e minha mãe sentadinha (com "hiperventilação" ou falta de ar, como ela mesma diz) no chão da cozinha, perto de mim...em Santos!
Não, eu não moro aqui. Apenas meus pais moram. Meu Santo Deus, como minha vida mudou desde a minha última postagem....Vamos às atualizações necessárias.

Hoje, com 28 anos recém comemorados, eu moro em Campinas. Com meu irmão. Tenho minha casa, minhas coisas, três gatinhos lindos e companheiros, contas no meu nome, emprego e um pouco mais de estabilidade emocional que eu tinha, quando escrevia aqui.

Não tenho mais contato com as pessoas que citei nas minhas postagens. Desfiz os nós que eu tinha com eles (nós e não laços), quando aceitei a proposta de emprego que me levou a estar onde estou hoje.
Tenho mais tatuagens do que tinha antes. Meu cabelo cresceu e eu nunca mais fiz mal à ele (só secador, que já é um mal enorme haha). Uso óculos. Contei meu maior segredo pra minha família. Hoje, me lembro do que aconteceu há três anos atrás, com um sentimento semelhante à vitória.

Relendo as postagens, consegui identificar os períodos em que elas foram escritas. Pré e pós tentativa de suicídio. Acho que nunca mencionei isso aqui. Acredito que por vários motivos, mas no momento consigo visualizar apenas os seguintes;
1- Eu não achei que iria me incomodar, escrever sobre aquela tarde. Porque falar sobre ela, não é tão pesado assim. Mas eu sempre senti que transmito muito mais verdade, escrevendo do que falando;

2- Desde o dia que renasci (acordei do breve coma em que me meti), eu não tive tempo, vontade e nem cabeça pra escrever sobre isso. Foi tanta correria, tanta mudança repentina, tanta coisa que aconteceu...

Eu não sei ao certo dizer porque justo hoje, eu resolvi escrever aqui. Eu tava mandando currículos (sim, eu tenho um emprego. Mas é informal e eu preciso de algo que complemente essa renda), conversando com pessoas, organizando uma surpresa pro aniversário do meu irmão, e dei uma olhada nos meus favoritos, salvos no note. Daí eu vi o blog. E me bateu vontade de ler tudo de novo....

Quantas vezes eu prometi, mais pra mim mesma do que pra qualquer pessoa, que eu iria manter a assiduidade aqui, que eu iria escrever sobre vários temas, que eu não iria fazer o que quase sempre fiz na minha vida. Começar e não dar continuidade. Chega a dar vergonha de mim mesma. Da pessoa que eu era antes.

Minha vida mudou muito, várias vezes, depois que eu acordei daquele pesadelo particular. Acredito que hoje, sou um pouco mais centrada, desconfiada e meio arisca. Vou me dar ao luxo de atribuir parte desse comportamento recente, às pessoas que faziam parte da minha vida antes. E também, às experiências que eu tive.
Eu desconfio sempre. Bem antes de confiar. Não consigo, por muitas vezes, acreditar nas palavras, gestos e ações de ninguém que não tenha meu sobrenome. Sempre que alguém me oferece alguma coisa, desde uma ajuda, até um conselho, eu desconfio. Eu falo "aham" e desconfio. Não me orgulho disso. Mas acredito que seja um dos super poderes que eu adquiri, quando renasci do suicídio.

Sim, hoje eu tenho super poderes. Eu assim considero pelo menos. Eis alguns deles:
A- Eu tenho uma habilidade incrível de fazer compras de mês no supermercado com pouquíssimo dinheiro.
B- Eu consigo enxergar melhor as pessoas e assim, descobrir se elas tem boas ou más intenções comigo.
C- Eu faço comida numa rapidez invejável...

Vou parar de detalhar meus poderes porque né, a CIA pode me catar dentro de casa e eu viro experiência catalogada...

Enfim pessoas. Nem sei se alguém vai ler isso. Talvez eu tenha resolvido escrever hoje pra mim mesma. É como uma prestação de contas...
Prefiro, em definitivo, não prometer nada. Apenas prometo que pro próximo ano (2018 tá batendo na porta já), muita coisa vai mudar, tem que mudar. Quem sabe, isso aqui não entra na jogada também...

Boa sorte.
Helena =)