quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

(...)


Então. Não sei exatamente como começar isso. Tô aqui, sentada na cadeira da mesa da cozinha da casa dos meus pais. Meu irmão baixando atualizações pro jogo dele, meu pai tomando banho e minha mãe sentadinha (com "hiperventilação" ou falta de ar, como ela mesma diz) no chão da cozinha, perto de mim...em Santos!
Não, eu não moro aqui. Apenas meus pais moram. Meu Santo Deus, como minha vida mudou desde a minha última postagem....Vamos às atualizações necessárias.

Hoje, com 28 anos recém comemorados, eu moro em Campinas. Com meu irmão. Tenho minha casa, minhas coisas, três gatinhos lindos e companheiros, contas no meu nome, emprego e um pouco mais de estabilidade emocional que eu tinha, quando escrevia aqui.

Não tenho mais contato com as pessoas que citei nas minhas postagens. Desfiz os nós que eu tinha com eles (nós e não laços), quando aceitei a proposta de emprego que me levou a estar onde estou hoje.
Tenho mais tatuagens do que tinha antes. Meu cabelo cresceu e eu nunca mais fiz mal à ele (só secador, que já é um mal enorme haha). Uso óculos. Contei meu maior segredo pra minha família. Hoje, me lembro do que aconteceu há três anos atrás, com um sentimento semelhante à vitória.

Relendo as postagens, consegui identificar os períodos em que elas foram escritas. Pré e pós tentativa de suicídio. Acho que nunca mencionei isso aqui. Acredito que por vários motivos, mas no momento consigo visualizar apenas os seguintes;
1- Eu não achei que iria me incomodar, escrever sobre aquela tarde. Porque falar sobre ela, não é tão pesado assim. Mas eu sempre senti que transmito muito mais verdade, escrevendo do que falando;

2- Desde o dia que renasci (acordei do breve coma em que me meti), eu não tive tempo, vontade e nem cabeça pra escrever sobre isso. Foi tanta correria, tanta mudança repentina, tanta coisa que aconteceu...

Eu não sei ao certo dizer porque justo hoje, eu resolvi escrever aqui. Eu tava mandando currículos (sim, eu tenho um emprego. Mas é informal e eu preciso de algo que complemente essa renda), conversando com pessoas, organizando uma surpresa pro aniversário do meu irmão, e dei uma olhada nos meus favoritos, salvos no note. Daí eu vi o blog. E me bateu vontade de ler tudo de novo....

Quantas vezes eu prometi, mais pra mim mesma do que pra qualquer pessoa, que eu iria manter a assiduidade aqui, que eu iria escrever sobre vários temas, que eu não iria fazer o que quase sempre fiz na minha vida. Começar e não dar continuidade. Chega a dar vergonha de mim mesma. Da pessoa que eu era antes.

Minha vida mudou muito, várias vezes, depois que eu acordei daquele pesadelo particular. Acredito que hoje, sou um pouco mais centrada, desconfiada e meio arisca. Vou me dar ao luxo de atribuir parte desse comportamento recente, às pessoas que faziam parte da minha vida antes. E também, às experiências que eu tive.
Eu desconfio sempre. Bem antes de confiar. Não consigo, por muitas vezes, acreditar nas palavras, gestos e ações de ninguém que não tenha meu sobrenome. Sempre que alguém me oferece alguma coisa, desde uma ajuda, até um conselho, eu desconfio. Eu falo "aham" e desconfio. Não me orgulho disso. Mas acredito que seja um dos super poderes que eu adquiri, quando renasci do suicídio.

Sim, hoje eu tenho super poderes. Eu assim considero pelo menos. Eis alguns deles:
A- Eu tenho uma habilidade incrível de fazer compras de mês no supermercado com pouquíssimo dinheiro.
B- Eu consigo enxergar melhor as pessoas e assim, descobrir se elas tem boas ou más intenções comigo.
C- Eu faço comida numa rapidez invejável...

Vou parar de detalhar meus poderes porque né, a CIA pode me catar dentro de casa e eu viro experiência catalogada...

Enfim pessoas. Nem sei se alguém vai ler isso. Talvez eu tenha resolvido escrever hoje pra mim mesma. É como uma prestação de contas...
Prefiro, em definitivo, não prometer nada. Apenas prometo que pro próximo ano (2018 tá batendo na porta já), muita coisa vai mudar, tem que mudar. Quem sabe, isso aqui não entra na jogada também...

Boa sorte.
Helena =)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

I'm back bitches

Muito boa noiteeeeeee!

Que isso gente. Que desprezo pelo meu próprio blog. Que prazo gigante que é esse pelo amor de Buda? Cadê a assiduidade desta meleca? (lágrimas escorrendo, sqn).

Eita. Pois é. Muuuita, mas muuuita coisa (boa!) pra contar. Eu sumi, até de mim mesma. Precisei de um tempo pra me reinventar, me recriar, me encontrar. Cara. É tanta coisa pra falar, que eu nem sei, de verdade mesmo, por onde começar. Mas...bora.

Bom, vou resumir porque de coração, se eu for detalhar tudo, até eu me perco.
Tá. Tô morando em Campinas (ebaaaa), não exatamente lá, ainda. Numa cidade que fica bem próxima. Atualmente, aguardando a reforma do apê que eu aluguei (nossa que adulta, me senti agora) terminar pra eu cair pra dentro. Continuo na busca pelo emprego bacana, que todo mundo sonha, aquele que te faz ir trabalhar feliz e volta pra casa com vontade de ouvir um BB King e tomar uma taça de vinho. Minhas chances melhoraram bastante, Campinas é uma cidade enorme, boa e produtiva. Cresce todos os dias, em todos os ramos, segmentos e lados que se possa imaginar.

Minha família, se mudou pro litoral. Porque vc não foi com eles, miga sua loka, morar na praia, pegar um bronzeado permanente, surfistas descolados e despreocupados aqui e ali, policiais de bermuda, pets pra tudo quanto é canto....hum, tentador né? Então. Só que esse sonho, de morar na praia, é um que eu nunca tive. Acho que prefiro mais a ideia de saber que, quando eu quiser, posso pegar um ônibus que em no máximo 4 horinhas (dependendo do trânsito, claro), eu tô lá. Eu me apaixonei por Campinas. Caiu no meu colo, esse lance de morar lá (digo lá porque, nesse momento, estou escrevendo da casa dos meus pais). Caiu e eu aceitei. De braços abertos. E mente também. A cidade em que eu morava...nossa é complicado descrever o misto de sentimentos que eu sinto quando penso em tudo que já vivi por lá. Muita coisa ruim me aconteceu. Muita mesmo. Coisas pelas quais eu gostaria demais, poder tomar algum tipo de pílula e simplesmente apagar da memória. Mas não dá. Não. Dá. Tanta tecnologia disponível por aí e o ser humano ainda não conseguiu achar uma forma de criar essa, que seria a revolução no quesito "apaga, deleta, cancela essa parte da minha vida, por favor, brigada, de nada".

Enfim. Que mais...ah,, tô namorando, com mil planos na cabeça pro ap novo, pra vida nova que eu consegui criar. Sim, eu criei um caminho pra mim. Tive uma breve e leve ajuda do destino, mas hoje, me considero assim. Dona de mim, do meu destino. Eu (vocês sabem disso), nunca consegui me encaixar em lugares pré desenhados. Sempre achei que algo de grandioso fosse acontecer comigo, assim, do dia pra noite ou vice versa. Sonhava alto, caía e sonhava de novo. Não deixei de querer que algo de fantástico aconteça do nada na minha vida. Mas. Parei pra refletir por um momento. Coisas fabulosas aconteceram comigo sim. Não imaginei que eu conseguiria me reerguer tão facilmente. Não pensava que iria começar esse ano, morando sozinha, em uma cidade em que não conheço nem 15 pessoas, pagando minhas contas, correndo atrás de coisas pra mim, conhecendo lugares, sabores e cheiros novos. Não pensei que fosse possível confiar em outras pessoas novamente. Ter amigas, falar merda, fofocar, fazer sessão de filme com pipoca ou macarrão ao molho branco. Não pensei que fosse acontecer de novo, aquele frio na barriga, comprar lingerie, me arrumar com um olho mais crítico, querer o bem de alguém que eu posso chamar de meu. É. Muita coisa mudou. Coisas fantásticas aconteceram comigo sim. Me sinto mulher. Me sinto responsável, viva, feliz, em paz. Sinto que a vida tem me mostrado, quase que diariamente, que é possível sim ressurgir das cinzas. Que pessoas que eu pensava que não poderia viver sim, viraram meros fantasmas do meu passado. E sobre o passado, eu tomei um café com ele, trocamos umas ideias e ele, por fim, resolveu me deixar seguir. Desatei o nó mal feito que a gente tinha. Não somos melhores amigos, não vou bancar a falsiane. Mas nos entendemos e ele sabe o lugar a que pertence.

Bom. Ao contrário do que eu sempre faço, não vou prometer posts semanais, nada desse tipo. Vou escrever quando der vontade. Não só como refúgio pra quando as palavras não caibam mais dentro de mim, mas sem obrigações também. Quando der vontade. Mas uma coisa eu prometo. Sapoha vai pra frente agora.

Beijo, beijo
Helena!

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Retornando de vez

Oi gente! Bom. Como prometido pra mim mesma, reli minhas postagens todas. E. Posso falar? Meu coração ficou apertado. Tanta coisa que falei que ia fazer e nunca fiz... Por esse motivo mesmo, resolvi que preciso me explicar. Pra mim mesma e pra quem ler essa bagaça.
Sobre a psicóloga e as terapias. Olha gente, eu realmente adorava quando chegava o dia de ir pro consultório da Lú. Me sentia bem, sabia que tava fazendo bem pra mim mesma. Minhas mais sinceras desculpas. Com o tempo e meu jeito, fui criando preguiça, a situação financeira lá de casa não tava pra fazer graça, juntou isso tudo e eu parei de ir. Me arrependo? Mas é claro. Mas. Eu mudei bastante. Muito dessa mudança, sozinha, eu e meus demônios, tudo de frente pra mim. Fui socando um por um. Alguns caíram. Outros ainda tão de pé, tão aqui e de vez em quando, ainda vem querer fazer graça. Mas eu criei um bom bloqueio, então eles que venham.

Sobre a depressão que me rondava.
Não vai rolar mentir. De vez em quando tudo volta. Aquelas pessoas que me fizeram mal, o dia em que tentei me suicidar, (sim, eu falo sobre isso com a boca cheia, escancarando os dentes mesmo. Por dois motivos, porque foi a maior bosta que eu já fiz, e porque superei.), enfim, tudo volta e às vezes de uma vez só. Domingos de vez em quando ainda são um problema pra mim. Ontem mesmo foi punk. Mas eu não deixo. Dou uns tapas na cara, olho pro espelho, respiro fundo, choro. Mas não deixo mais me contaminar. Não posso gente. No dia seguinte, meus olhos ficam mega inchados e minha cabeça dói pra caramba. É isso que eu faço, tento pensar nas consequências dos meus atos antes de faze-los, porque aí eu perco a coragem haha.

Gente. É o seguinte, falando sério agora. Tô morando em Campinas. Trabalhando num lugar bem legal, uma pousada fofa. Só que literalmente, da noite pro dia, essa situação, se tornou provisória. E agora vamos aos fatos.
1- tenho até setembro pra me organizar, procurar um apartamento, uma casa segura, um cantinho pra mim, fora um emprego.
2- o quarto que eu tinha na casa dos meus pais, virou um escritório pra eles. E eu não quero que isso mude, porque eu sei que eles tão curtindo isso, ou seja, senta e chora Helena. Hahahaha
3- daora a vida né?

Enfim gente. A situação geral é essa. O bicho ainda não tá pegando assim, fodásticamente pro meu lado. Mas eu preciso me organizar. Me planejar. Se não vai dar bosta. Por hora, é isso. Ainda hoje, vou postar pra vcs uma lista do que eu preciso fazer e pretendo fazer pra me tornar cidadã oficial de Campinas. Pelo menos até aparecer outro destino.

Beijo, beijo
Helena.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Ego alto (18+)

É. Típica segunda-feira braba. Deve ter um motivo maior, universal e homogêneo pra tantas pessoas no mundo odiarem esse dia. Stress logo cedo, no trânsito. Quando digo cedo, é tipo, bem cedo. Acordo as sete todas as manhãs, de segunda à sábado. Enfrento gente mal humorada logo cedo. Gente que com certeza não transa há uns dias. Só isso mesmo pra explicar tanto mal humor. Uma horinha na academia pra eu me sentir menos mal sobre todas as coisas que como durante a madrugada, no meu lanchinho habitual. Mais quarenta minutos de pilates, pra matar de vez a dúvida sobre os bolinhos de nozes com chocolate. Saio em busca de mais um dia. Mais um ganha pão. Menos dignidade quando me lembro que esse pão que eu ganho, deveria ser daqueles lights, integrais ou sei lá o que. Enfim.
Dia complicado no trabalho. Duas matérias pra revisar e entregar "praquele"estagiário novo da revisão final. Gatinho. Barba bonita. Cabelo desgrenhado. Perfume simples, mas marcante. Sorriso despreocupado, cheio de juventude e testosterona. Cara. Quando eu olho pra ele, um sinal de cuidado brilha dentro de mim. E minha deusa interior levanta da soneca em sua cadeira de praia, me olha feio e resmunga algo como "você já sabe né? Preciso nem falar. Mantenha-se longe, ser estúpido." Escuto com atenção o que ela diz. Muita atenção. Nela e naquele nó de gravata. Vontade de desfazer aquele nó. Hahaha. Em uma voltinha dramática, minha deusa se deita de novo em sua cadeira, me olha uma última vez, revira os olhos e sinto que ela desiste.
Saio pro almoço. Uma das matérias já está na em cima da mesa dele. Enquanto caminho, penso em várias formas sexys de eu entrando na sala dele, com uma caneta na boca, meus óculos quadrados de armação preta, cabelo preso em um coque mal preso. Me vejo entrando naquela sala. E tem outra coisa em cima da mesa, que não minha matéria...outra coisa a ser revisada....
Entro no restaurante de sempre. O da esquina de baixo. O pessoal do escritório se reúne sempre em um dos mais badalados restaurantes da nossa quadra. Hum. Prefiro o que eu vou mesmo. Tem um ar de interior, a comida é realmente caseira e o senhorio do estabelecimento sempre me deixa fumar um cigarro nos fundos da cozinha. É bom. Me sinto bem. Enquanto espero a cozinheira fritar alguma coisa que vai totalmente contra o que minha nutricionista recomenda, acendo um cigarro, me sento no banquinho de madeira e observo. As pessoas, os carros, os pássaros, o céu cinza. Ah São Paulo...vista sob qualquer ângulo, sob qualquer perspectiva, é linda. Única e misteriosa. Demorei pra me acostumar. Mas agora é meu lar.
Entro pra almoçar. Me dirijo à mesa no canto, a de sempre. Vejo de relance meu suco de caju geladinho em cima da mesa. Com um sorriso, penso em como minha vida rumou pra outros lados, assim do nada. De repente eu estou aqui, almoçando em um dia normal de trabalho, no coração econômico de São Paulo. Mas nem dá tempo de concluir o pensamento. Na mesa ao lado, antes oculta pelo pilar no meio do salão, vejo uma cena no mínimo interessante. Hum. O estagiário da revisão final. Sentado ali. Com o nó da gravata desfeito. Um copo de suco de alguma coisa vermelha em cima da mesa. E uma cadeira mais afastada do que o normal. Ele olha pra mim. Congelo, claro. Fingindo, de uma maneira péssima, que não o vi, volto meus pensamentos (ou pelo menos os que não estão fantasiando o motivo do rapaz estar ali), para a minha mesa. Me sento. O senhorio vem trazendo meu prato. Tentando parecer simpática ao invés de intrigada, pergunto a ele se conhece o rapaz. Ele me diz que não. Mas diz que ele perguntou pra um amigo que trabalha na cozinha, se eu (euzinha!!) sempre almoço ali. Engulo seco como quando a gente engasga com a saliva e se retorce pra conseguir voltar a ter voz. Recebo meu prato e agradeço com um sorriso, novamente. Ouvi dizer, ou li em algum lugar, que um sorriso abre portas. Bom. Então acho que um sorriso também faz com que pessoas "estranhas" te convidem pra se sentar junto à mesa. Porque foi exatamente isso que aconteceu. O rapaz se levantou, olhou pra mim e, quando teve certeza de que eu também estava olhando, fez um gesto com uma das mãos, indicando o lugar vago à sua frente. Congelei, parei, fiquei vermelha e com certeza fiquei de várias outras cores, porque o cidadão riu da minha expressão. Olhei pra ele. Respirei fundo e disse: "não, tudo bem, eu como nessa mesa desde que comecei a trabalhar lá no escritório." A resposta dele foi intrigante. Porque não foi uma resposta, foi uma ação totalmente inesperada. Ele pegou o copo com o suco de não importa o que, e se sentou na MINHA mesa. Isso. Porque ela é minha. Fiquei encarando aquela pessoa, até então completamente estranha e desconhecida. Aquela pessoa é ainda mais bonita assim, de pertinho como a gente tava. Fiquei sem ação. E ele percebeu isso. "Sempre fica sem graça quando alguém se senta à mesa com você?", foi o que ele disse. Em resposta: "Não. Sempre fico sem graça quando alguém me enfrenta assim, principalmente quando estou com fome. Mas admiro sua coragem." O prato dele chega. Arroz, fritas, bife e salada. Aaah....então ele também é um amante de coisas que minha nutricionista abomina. Hum. Quase considero ponto pra ele. Resolvo então, que ele não está ali. É uma miragem, um devaneio. Provavelmente causado pela fome, excesso de trabalho e falta de sexo. Começo a comer. Ele também. Comida vai, garçons vem, ele abre a boca pra falar afinal. "Faz tempo que trabalha no escritório?". E a partir dessa frase, tenho a hora de almoço mais divertida, bizarra e incomum da minha vida até agora. Descubro o nome dele. É Caio. E quando vou dizer o meu, ele diz antes. Epa. Então...ele já sabia meu nome. Ok... Na saída do restaurante, acendo um cigarro. Bingo! Ele também. Bom. Ele pega um cigarro do maço dele. Procura alguma coisa nos bolsos e diz: "devo ter deixado meu isqueiro no carro. Me empresta seu fogo?". A forma como ele usou "fogo" me deixou inquieta. Minha deusa interior abre um dos olhos, se endireita na cadeira e observa a cena. Gente, ele já tinha usado a palavra isqueiro antes. Porque usou outra pra dizer a mesma coisa? Empresto meu isqueiro-fogo. Ele faz um gesto amplo com o braço indicando o caminho até o escritório. Olho no relógio. "Então, ainda tenho uns vinte minutos. Acho que vou dar uma passadinha numa loja ali em baixo, fiz uma encomenda e queria saber se já chegou. A gente se vê!". Rá. O filho da mãe me olha e diz : "ainda tenho os mesmos vinte minutos. Posso acompanhar você?". Travei. A loja que eu ía dar uma passadinha, é uma conhecida boutique de lingerie. Sim, porque eu sou mulher e mulheres compram calcinhas e sutiãs na hora de seus almoços. Muito, mas muito sem graça, digo a ele que não precisa, que é pertinho, que não quero que ele se atrase por minha conta, suspeito que eu falei tanto, que ele percebeu minha enrolação. E sem pudor nenhum, me solta: "Você vai na boutique?". Engulo a fumaça de uma forma errada e estranha e, claro, começo a tossir que nem um cachorro. Nitidamente sem graça. Não consigo olhar pra ele de novo. Ele percebe isso tudo. E diz então: "desculpa Helena. Muito invasivo da minha parte dizer isso. Não tenho nada a ver com o que você faz na hora do seu almoço. A não ser que você queira saber o que eu faço na minha hora de almoço.". Filho da mãe. Conseguiu toda a minha atenção. Resolvo que o conjunto de lingerie cor de pêssego pode esperar. Olho pra ele enfim. E digo: "O que pode ser mais interessante do que comprar calcinhas na hora do almoço?".

Continua.

Beijo beijo

Helena.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

De mim para mim mesma, parte 2

Nota: Eu devo ter chegado bem tarde naquela noite. Ou bem cedo. Não sei dizer. Fato é, que continuei a escrever no dia seguinte. Aviso novamente, que podem haver "cenas" hot hot aqui. E os nomes continuam trocados. Boa sorte, de novo.


Bom dia Helena! Voltei. Ontem eu fiquei triste. Lembrei do Sr. Coelho. (nota: acho que nunca antes mencionei esse nome, sem ser no meio dos devaneios. Resumão então. Sr. Coelho foi o penúltimo cara de quem eu gostei de verdade nessa vida. A gente era foda juntos. Mas ele bebia demais. Ficava louco demais. E minha paciência, auto estima e amor próprio se uniram, deram as mãos e mandaram um hadouken bem no meio daquele lugar. Sentido figurado aqui gente. Mas foi o namorado mais tenso e intenso que eu tive. Caham. Continuando...)
Lembrei dele no caminho até a casa da Ane. (nota importantíssima. Ane, é uma brincadeira íntima com o nome de uma amiga muito foda que eu tive. Quando uso o passado assim, "tive" é porque não somos mais próximas. Desejo todo o amor, carinho e sucesso do mundo pra ela. Mas, não somos mais, o que fomos um dia. Invencíveis. Inatingíveis. Parceiras e comparsas. Foi foda.)
Chorei um pouco. Ainda não consigo ouvir algumas músicas do Audioslave sem lembrar de alguns momentos com ele. (não consigo é o escambau! Agora escuto até indo pra padaria ^^) Por exemplo...

Conheci o Sr. Coelho, de uma forma bem incomum. Estava eu e mais duas colegas, numa noite de domingo, nos dirigindo pro CIDA. (mudei até o nome do bar, vai que...) Estávamos as três com 20 conto no bolso, lindas, sorridentes e de barriga cheia. Entramos no bar. Ele estava sentado à mesa com mais dois amigos. Típico e propício. Ele me gritou, no sentido mais literal da palavra e disse "moça, eu conheço você. Você é linda. Toma uma cerveja comigo?" E assim começou. 
Na primeira vez que saí com ele, só eu e ele mesmo, nós não ficamos de imediato. Rodamos a cidade ouvindo música no carro dele. Se não me falha a memória, estávamos ouvindo músicas aleatórias de um CD ou pen drive que ele tinha. Quando tocou uma música do Audioslave, que é uma banda que eu já gostava antes de conhecer ele, eu comecei a cantar junto com o Chris (Cornel, vocalista da banda). E o Sr. Coelho começou a cantar também. E assim fomos descobrindo várias bandas e gêneros musicais em comum. 
Bom...ainda tem algumas músicas dessa banda que eu não gosto de ouvir (Rá! Hoje ouço todas baby.) Porque me lembram de quando a gente tava no começo de tudo. A gente "roletava" a cidade inteira, de noite, tomando cerveja, ouvindo música e olhando ao nosso redor. Era puro. E simples. Acho que nunca vou me esquecer disso. Não trocávamos uma palavra que fosse. A não ser "mais cerveja?" ou "quer parar aqui e ver a lua?"Ainda não existiam aquelas brigas. Horríveis, pesadas. O ciúme ainda não tinha entrado na nossa vida. A bebida em excesso era uma situação que eu nunca imaginei que fosse aplicar em uma frase em que tivesse o nome dele também. Esse dois últimos fatores, foram os principais motivos da nossa ruína. 
Engraçado analisar...às vezes eu sinto falta dele. (É. Ainda.) Da pessoa dele. Do jeito como ele me olhava quando eu acordava do lado dele no sítio. Ah. Aquele lugar....era nosso paraíso particular. A gente renovava nossas energias, nosso amor e cumplicidade em cada final de semana que passávamos lá. Acertávamos os pontos errados. Se bem que houve uma vez, Uma noite. Brigamos feio. Ele bêbado e eu brava. Eu quis real e literalmente mata-lo. E tenho certeza que ele quis isso também. Ciúme. Ele tinha entrado no porta-malas junto com as minhas coisas e eu nem percebi. Mas não fui eu quem o convidou pra entrar e tomar uma cerveja com a gente...
Mas...na maioria das vezes, era um ligar abençoado. Hoje, nem tanto, mas alguns meses atrás, quando eu pensava nele lá com outra pessoa...isso me corroía por dentro. Me agredia mesmo. Passou. e é por isso que eu não sei se sinto falta dele, ou de namorar mesmo. Ter carinho, essas coisas. Não gosto muito de pensar nisso. Porque ainda me sinto bem confusa. Não sei definir direito o que eu sinto. O que sobrou. Eu nunca mais o vi. Só de relance uma vez. Eu tava indo pra casa do Cabeludo. Passamos em um posto pra colocar gasolina no carro dele. Foi então que eu vi. Aquele carro daquela cor que eu nunca mais esqueço. Há alguns carros parecidos com o dele aqui onde eu moro. E até hoje, ainda hoje...(opaaaaa, acho que não hein?) sempre que eu vejo um desses carros..meu coração dispara. (É. pior que é.) E quando eu vejo que não é ele, o alívio é imediato. Como quando a gente queima o dedo cozinhando, e você se lembra de colocar pasta de dente. É lindo. Alívio lindo.

Poxa...fico observando as pessoas ao meu redor. Namorar nos dias de hoje, é coisa de gente corajosa. Tanta gente por quem eu não dava nada, hoje tá namorando, casando, tendo filhos...E eu aqui. 25 anos nas costas, solteira e sem a menor perspectiva de mudar esse quadro. Não tô ficando com ninguém, Essa parte da minha vida anda tão zuada, que eu não consigo ficar com alguém mais de uma vez. Às vezes até rola uma rede social ou outra. Mas quase nunca passa disso. É nessas horas, quando eu paro pra analisar isso, que eu tenho a nítida impressão de que vou ficar sozinha por um bom tempo. Talvez...a pessoa "certa" pra mim, a tampa da minha panela, nem more na "minha" cidade. Mas...e se eu for uma frigideira sem tampa? (HAHAHAHAHAHA...)
Mas ao mesmo tempo, isso é até bom. Estar com alguém tira o meu foco. E eu tô passando por um momento delicado e complicado. Preciso manter o caramba do foco. Acabei de conseguir um trabalho. Numa padaria. Parece bom. Vou tentar passar num curso técnico. Preciso manter essas informações fixas na minha mente. 

Nota: Gente, daí eu não sei o que aconteceu, que eu parei de escrever. Assim, do nada. Bom, as próximas postagens também serão devaneios. Até que eles acabem, não vou escrever outras coisas. Pra ver se consigo começar e terminar uma coisa. Isso às vezes é difícil pra mim....

Beijo, beijo
Helena.

De mim para mim mesma

Os nomes dos envolvidos nesse devaneio, foram trocados. Aviso que existem partes da cena que envolvem sexo. Boa sorte =)

Quero parar de fumar. Ser mais saudável. Queria poder prender meu cabelo em um rabo de cavalo bem alto. Não posso. Tenho falhas visíveis no meu cabelo. Acho que dá pra consertar isso. Mas não há muito o que eu possa fazer por agora. A não ser esperar o cabelo crescer. Então não vou esquentar a cabeça com isso. Nota: já consigo fazer isso! Ele já cresceu! \o/

Helena,  Nota: vocês já sabem que meu nome não é esse. Mas por motivos de auto preservação, continuarei assinando como Helena ok?  você sabe exatamente porque você sofre com as coisas! O legal é te ver aprender que, algumas coisas ruins ou inesperadas que acontecem na sua vida NÃO SÃO culpa sua. E as outras coisas...bom você meio que procura escamas em lebres...


Tópico homens. 

Quer saber? Vou ser sincera e colocar nomes. (só que não) Pronta? 

1- O cabeludo.

Bom sexo. Bom papo pelo Whatsapp. + ou - bonito. Sem a barba e os dreads....hum....você já viu isso. Contando com o dia de hoje, umas (vish, perdi as contas), quase 4 semanas que vocês não se vêem. Tá sentindo falta? "Não". Você sente falta do sexo. Porque é só isso. Não tem companheirismo nenhum. São só meias conversas pra dar aquela disfarçada básica antes da parte em que ele diz "vamos pro quarto" com aquele sorriso que te deixa torta de tão bonito que é. Fora o fato de que eu, sinceramente acho, que deve ter mais umas 298 meninas na jogada. Calma. Uma parte de você genuinamente pensa que é verdade quando ele diz que tá trabalhando. Mas...até a 1 da manhã no fim de semana? Tem mais negativos que positivos aqui. Desapega, desapega, OLX. Sério. HA HA HA. Fazendo piada talvez você se resolva. Esquece ok? Nota: considerando que; ele foi um dos que me apontou o dedo quando eu não precisava disso, hoje está namorando uma menina mais sem graça que jiló e meu ego deu uns tapas na minha cara, desapega: DONE. Feito.

2- Sr. Coelho, o inesquecível.

Vish, São quase nove horas de um sábado a noite. Não vou te deixar ficar escrevendo sobre ele, enquanto sua amiga te espera pra sair. Pra amanhã, ou quando você chegar de madrugada: você ainda o ama ou é carência? Vá se divertir. Agora. Nota: Fui. E me diverti tanto que esqueci completamente de escrever sobre ele.

Rá! Reflexão para a noite de hoje: Preciso me sentir sempre linda. Que tal hoje, deixar a insegurança de lado? Faça uma maquiagem bonita, daquelas que você sabe. Tá frio. Coloque uma boa (e quante) roupa. Não importa muito qual é o rolê hoje. Sinta-se bem. Aproveite a noite. Seja feliz. E volta amanhã pra continuar essas reflexões. 
Beijo meu e seu.


Nota: Esse foi o primeiro devaneio que escrevi. Nessa época. ainda não tinha me acontecido nada de ruim, as pessoas ainda me queriam por perto.  Não que não me queiram hoje, tô falando daquelas pessoas precursoras do momento mais difícil da minha vida. Vou tentar, ao terminar de transcrever todos os meus devaneios, escrever sobre aqueles tempos. Sobre aquela noite. Hoje, já não me faz mais mal. Inatinge meu humor. 

Beijo, beijo

Helena. 






2015

Ma oe! Gente, que saudade. Sério. Às vezes me sinto um pouco relaxada por não entrar aqui com frequência, não dar a importância que eu deveria pra esse meu ouvinte eletrônico. Isso, essa falta de amor para com meu querido blog, entra na minha lista de "coisas que eu devo dar importância em 2015".

Mas no momento, tenho outra missão por aqui. Tava arrumando minhas gavetas do armário dia desses, e me deparei com um monte de folhas de caderno, que eu devo ter arrancado às pressas, porque até tem algumas que estão rasgadas. As coisas que escrevi nessas folhas mal conservadas, são pensamentos que tive antes de criar esse blog. E daí, resolvi que quero passar esses pensamentos pra cá. Dividir com vocês. Alerto aqui e agora. Tem coisas legais, coisas tristes e coisas bizarras. O momento em que eu me encontrava quando escrevi essas palavras, foi aquele momento triste e tenso do meu passado. Acho que já compartilhei aqui.

Bom. Os próximos posts então, serão esses meus pensamentos. Depois eu volto e continuo a contar da minha maluca, insana e feliz vida.

Feliz ano novo!
Beijo, beijo

Helena.